Marisa Kobata, medica coloproctologista do Hospital São Paulo, será a palestrante na reunião da Associação dos Ostomizados do Estado de São Paulo previsto para o dia 19 de junho proximo, com inicio as 14,00 horas, no auditorio do PAM Varzea do Carmo, Cambuci, São Paulo. A seleção criteriosa de palestrantes é feita pelos membros da diretoria da AOESP e mais voluntarias colaboradoras como a medica Miriam Jatobá, filha do saudoso Paulo Piratininga Jatobá que nos idos da decada de 70 fundou a entidade quando ainda não existia bolsas coletoras adequadas para uso dos ostomizados.
O pósfacio redigido pela Miriam Jatobá no Manual da Rita de Cassia Katayama, diz que a primeira referencia historica que se conhece sobre estomias foi registrada em 1710, na França, por Litré, onde foi realizada uma colostomia terminal definitiva em um paciente com defeito congenito obstrutivo do reto, se aperfeiçoando em 1793. A partir daí iniciou-se então uma serie de cirurgiões a realizarem estomias para as ressecções de tumores em mais de um tempo cirurgico: Pillore de Rouem em 1776, Fine da Suiça em 1787, Dupuytren (1903) em Breslau, realizaram operação semelhante. Entre 1930 e 1940 cirurgiões como Rankin, Devinik e Lahey utilizavam a transversostomia como tempo previo para as ressecções do colo esquerdo.
Após a Segunda Guerra Mundial com a descoberta de antibioticos, como a sulfa, disponiveis no mercado e associado a um preparo do colo e reto foi permitido as operações em um tempo e com anastomose imediata intraperitoneal. Assim gradualmente muitas ostomias foram sendo omitidas. Com a introdução rotineira do grampeador mecanico (stapler)_ e a maior tolerancia das margens de segurança para a ressecção tumoral diminuiram muito as sequencias de estomias terminais.
Apesar das novas conquistas, ainda continuamos dependendo das estomias. A colostomia ou ileostomia terminal tem a sua indicação principal nas seguintes situações: cancer do terço inferior do reto ou canal anal, incontinencia permanente, neuropatias e agenesias. As estomias temporarias são indicadas para proteção à anastomose, isolar sepse, e nas obstruções. A estrutura perfeita de uma equipe multidisciplinar que cuida de estomizados necessita dos seguintes profissionais: enfa. estomaterapeuta, psicologo, assistente social, nutricionista e medico.
O primeiro centro para cuidar de estomizados no Brasil foi criado pelo doutor Paulo Piratininga Jatobá no então chamado INPS no posto de atendimento na Varzea do Carmo na cidade de São Paulo, onde ainda permanece até hoje, expandindo-se ao Hospital Santa Catarina onde ele trabalhava.